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1150 | 627 | Espaços públicos e fragmentação socioespacial na periferia de São Paulo | Andre Felix de Souza; Eda Maria Góes

Quando refletimos sobre os espaços públicos, via de regra, a primeira associação que fazemos é aquela que os vincula, de maneira um tanto quanto abstrata, aos ideais republicanos e democráticos da cidadania, vinculação essa que é fortemente tributária da influência exercida pelo campo da filosofia política. Outra associação bastante usual é aquela que concebe os espaços públicos como objetos físicos concretos (ruas, praças, parques, calçadas, centros) que compõem parte significativa de qualquer cidade do mundo, perspectiva essa marcada pela influência exercida pela arquitetura, urbanismo e planejamento urbano. A Geografia, enquanto campo do saber científico, leva em consideração essas duas abordagens, porém, incorporando ao debate outras questões e variáveis igualmente relevantes: como a localização espacial dos espaços públicos, os processos que lhes dão forma e as práticas espaciais que comportam contribuem com esse debate? Um dos objetivos do projeto de pesquisa “Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos” (FAPESP, 2018), que reflete sobre São Paulo, é saber como a condição periférica produzida e reforçada por processos de fragmentação socioespacial interferem na vida pública de Cidade Tiradentes, um bairro residencial periférico localizado na porção extremo leste dessa metrópole. À luz da realização de entrevistas com citadinos, observações de campo e aplicação de enquetes em um espaço público emblemático, o Parque Municipal da Consciência Negra, o presente trabalho contribui com esse debate. Resultados preliminares demonstram que, apesar dos citadinos residentes em Cidade Tiradentes fazerem uso das regiões centrais da cidade de São Paulo, sobretudo, para trabalhar, no que se refere às práticas espaciais associadas à vida pública, estão restritos aos espaços públicos localizados nesse espaço periférico, corroborando a existência de uma lógica socioespacial fragmentária da metrópole contemporânea.

Andre Felix de Souza; Eda Maria Góes
Universidade Estadual Paulista (UNESP)


 
ID Abstract: 627